25 de outubro de 2008

os ponteiros dançam sobre as horas
num balé quase clássico,
blasè.
sua cara não nega.
também não queria estar aqui.
a respiração fica mais forte,
o ar fica mais denso.
a testa sua,
num sincronismo quase perfeito de gotas de suor.
os movimentos são contrários
eu falo, você ouve. você fala, eu ouço.
a boca cínica diz, enquanto pensa outra coisa.
você realiza esses movimentos, eu sei.
não costumo ler mentes, mas quando mentes sei bem.
não adianta se enganar, você não me engana.

2 comentários:

Anônimo disse...

poxa Patí, sua poesia tá mais densa, intensa.

Engordando letra.
Engendrando novo em fente, a frente.
vai, vai.
Gostando mesmo. Assim, por demais.

ps: vou deixar uma recontrução duma poesia sua como depoimento orkutiano só pra você. Vê se curte.

Não me seguro, que salame nem linguiça é.

MAUROMORAIS disse...

Descordo um pouco da Ju. Sua poesia sempre foi muito densa. Mas concordo que está diferente, está mais verdadeira, mais sincera. Incrível.
"também não queria estar aqui."
Isso é lindo.

Ah! Acho que sua poesia tá tomando um formato universal, isso é um barato... tantas pessoas tentam escrever assim... vc está conseguindo querida.
Porra Patty. Eu já disse: vc tem um talento...

vc é tanto na minha vida, minha amiga.

bjo enorme