25 de outubro de 2008

os ponteiros dançam sobre as horas
num balé quase clássico,
blasè.
sua cara não nega.
também não queria estar aqui.
a respiração fica mais forte,
o ar fica mais denso.
a testa sua,
num sincronismo quase perfeito de gotas de suor.
os movimentos são contrários
eu falo, você ouve. você fala, eu ouço.
a boca cínica diz, enquanto pensa outra coisa.
você realiza esses movimentos, eu sei.
não costumo ler mentes, mas quando mentes sei bem.
não adianta se enganar, você não me engana.

23 de outubro de 2008

desde já declaro guerra!

aos sentimentos falsos
e derrotistas
às coitadinhas de plantão
aos (não) dignos de pena
aos que acham que são
à cabeça fechada
à limitação da alma
ao amor de estante de supermercado
(se acha em qualquer lugar)
à mão na maçaneta
e a maçaneta na mão
(se você quer, abra de uma vez)

e o mais importante:
à ira de uma "POETA" boba sentimentalista

21 de outubro de 2008

não existe arrependimento após a meia noite
antes já não sei dizer.
é que a alma fica leve
e já não acompanha o pensamento
tão fugaz e ridiculamente falho.

3 de outubro de 2008

é a vida!
a cada dia pregando novas peças
abrindo cortinas,
depois janelas.

é a vida!
descobrir que depois da janela
ainda tem a rua!
tão vaga e vazia
quase como o cômodo que a acomodava

é a vida!
ver que depois de
cortinas, janelas e ruas
você pode se misturar com quem antes você só admirava
com os cotovelos calejados