28 de junho de 2011

O que a vergonha cala,
o olhar declara.

Quando a boca finge que não quer
o gesto maior
não tem como evitar.

Não queria entregar
mas quando vi, já fui
sem volta
e
sem rota
pra fuga.

5 de junho de 2011

A boca que fala,
cala.

A nuca que esconde,
deseja.

Os pés que encerram o chão
não deixam rastros físicos
e não são procurados no mapa.

As impressões todas
moram em mim
e não têm previsão para irem embora.
[agora]