20 de dezembro de 2010

arranca essa faca
do meu peito
e deixe-me sangrar
de uma só vez

[sangue-sentimento
segue-sentimento]

talvez doa menos

6 de outubro de 2010

que só por pensar ser livre
já sou
e não quero a prisão da mente
nem da alma que se limita em vão

quero antes a liberdade
de pensar no que eu quiser
e poder jogar no lixo
sem medo e sem vergonha
tudo o que não me serve
e me afugenta

aprender a olhar meu umbigo
e meu presente
por que de expectativa e baú
já cansei

19 de setembro de 2010

Furacão

Ouvindo o tilintar dos
pratos-copos-talheres
decido que o bom
não é mais ouvir o mundo,
é sê-lo!
E de repente
meu movimento se mistura
ao ar.
E minha vida toda
furacão
não tem razão de ser
senão viver.

14 de setembro de 2010

Assumida anti-heroína do mundo
não quero salvar ninguém
nem minha poesia o quer

Reação gratuita de mim mesma

Me afogo em meus pensamentos
e morro na praia.

29 de julho de 2010

e eu que quase sempre me escondi
na minha timidez,
óculos escuros,
moleton vermelho,
all star.

faço as minhas horas
renascerem em dias
e tento te explicar que não está só

não me escondo mais...
e tenho medo da solidão.

11 de julho de 2010

a rita tocando
e tudo o mais se acabando
cervejas, cigarros
fumaça, desejo encoberto
dor

dentro da normalidade
quase nada encaixa sem você

sempre pensei

[não penso mais,
pensar dói]

a nuvem de possibilidades
me faz querer mudar, sem você
e isso tenta ser o que eu chamo de
ponto final

mas amanhã eu vejo que é só uma virgula, de novo.

15 de junho de 2010

Despir e Dissipar

dissipo meus pensamentos
não quero pensar agora
(agora não)

seu cheiro tá grudado
não sai
então
me dispo
e tremo
(não sei se de frio)

hoje não é momento
agora não é momento

reinvento as horas
e elas todas me cansam
e me absorvem e me consomem
em pensamento
(merda de pensamento)

choro agarrado
menino desgarrado
tira esse nó da minha garganta
e arranca

arranca a dor
arranca a dúvida
arranca a dor

7 de junho de 2010

ela finge
e a outra, por pensar saber fingir,
finge também

a verdade é que não existe o mundo dela
sem ela
e nem o contrário

mas preferem não falar nada
[vai que a outra descobre?

5 de junho de 2010

Cem razões Sem razões

Renascem e morrem
em todas as voltas,
_ vidas.
_ todas.
_ fragmentadas.

[Pra quê viver pela metade?]

Quero mais é sentir o mundo
de uma só vez (e me engasgar).
E dilacerar todo meu peito
em paixões cem razões.

Intensamente sinto
e vivo
nas consequências-mil
as ilusões após a meia noite.